Desde a hora de mudança da Corte de Portugal ao Rio de Janeiro, sempre existiam preocupações demográficas no Brasil. Dentre as quais um dos problemas mais importantes para a elite brasileira era tratamento das pessoas de cor que constituíam um número considerável no povo brasileiro. A elite, que acreditava em supremacia dos brancos, pretendia branquear o povo, e, ao mesmo tempo, queria manter a hierarquia pacificamente onde os brancos ficavam na classe superior e os não-brancos ocupavam a classe baixa. Na segunda metade do século XIX e no começo do século XX, houve uma entrada em massa dos imigrantes europeus, e quando acabou esse fluxo, a elite apresentou a ideia de branqueamento do povo brasileiro baseado na eugenia, especialmente neo-lamarckismo. Na década de 1930, quando surgiu a necessidade de integrar o povo de várias raças e etnias, apresentou-se uma ideia da democracia racial. Essa ideia conciliou até os pretos e os pardos miseráveis e o povo, desde os brancos ricos até os pretos pobres, inteiramente aceitou-a com entusiasmo. Mas no final do século XX, com a realização dos congressos internacionais a respeito dos direitos humanos, anti-racismo, ambiência etc., os movimentos negros se conscientizaram da situação e a injustiça racial, o povo brasileiro começou a reconhecer a realidade, e têm sido promovidas as ações afirmativas. Essa mudança da consciência das relações raciais no Brasil acompanhava e era fortalecida pelas obras dos pesquisadores da área. O Brasil e os EUA são os países grandes e multirraciais e, historicamente, têm semelhança na formação social. Com isso, chamou grande atenção dos pesquisadores norte-americanos e dos brasileiros e a comparação dos dois países tem sido feita desde a década de 1930. Os pesquisadores podem ser divididos em duas partes por gerações. A primeira geração que reconfirmou a democracia racial é, na sua maioria, constituída dos norteamericanos. Os pesquisadores da segunda geração acusam racismo existente no Brasil. No final deste artigo se faz uma análise das obras dos pesquisadores de ambas gerações. 43
1 1 2 19 20 20 3 20 4 5 6 44
7 8 2 2 1 19 1808 9 1822 1 1800 410 92 22.4 122 29.8 196 47.8 4 3 1 1800 1880 1890 1940 920,000 / 22.4 3,787,000 / 38.1 6,303,000 / 44.1 26,171,000 / 63.5 1,220,000 / 29.8 4,187,000 / 42.2 5,900,000 / 41.2 8,744,000 / 21.2 1,960,000 / 47.8 1,954,000 / 19.7 2,097,000 / 14.7 6,035,000 / 14.6 0 / 0 0 / 0 0 / 0 247,320 / 0.6 4,100,000 / 100 9,928,000 / 100 14,300,000 / 100 41,197,320 / 100 Lambert, Jacques, Os dois Brasis, São Paulo, Editora Nacional, 1967, p. 87. 45
10 11 12 13 1880 14 15 16 17 18 2 2 19 20 1870 19 1884 1939 55 416 8 20 1800 22.4 1 1880 38.1 1890 44.1 10 6 1880 378 7000 630 3000 1890 120 21 1850 1800 47.8 1880 19.7 1890 14.7 22 23 1 24 46
25 1 1890 1950 3 63.5 14.7 14.6 41.2 21.2 20 2 1940 20 40 2000 6 26 2 1960 61.0 29.5 8.7 0.7 0.1 1980 54.77 38.45 5.8 0.63 0.26 1990 55.3 39.3 4.9 0.5 70 1999 2 3 1930 1980 1920 1908 1920 1930 27 1929 1 28 29 1930 1945 1937 30 31 47
32 1964 33 1968 1974 34 2 4 1980 35 36 1978 1984 37 1985 38 1988 100 39 40 41 1994 NGO 1995 3 9 89 88 91 48
89 83 91 90 87 88 85 91 87 89 91 89 94 82 93 88 76 88 85 90 87 87 87 89 91 89 90 90 88 88 : Data Folha Survey, 1995. 1995 300 11 20 50 1996 42 49
2 5 1990 43 10 1995 1999 124 44 110 14 NGO 42 29 NGO 17 45 5 3 1 NGO NGO 46 47 48 1992 49 NGO NGO 50
2001 50 200 15 51 52 2003 1 53 3 54 2003 3 1980 51
2 1 2 1 55 2 2 1 56 3 1 1 1930 1960 1933 1940 57 58 1888 59 52
3 2 2 1950 1950 60 61 1 62 1980 63 3 3 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 4 64 raça cor branco pardo preto moreno: louro: 53
65 50 66 8000 1 7300 1 3000 2 7000 12 Telles, 54
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1869 70 ibid., p. 26 B 1998 4 14 1862 1906 15 Telles, op.cit., p. 27 16 17 1851 1914 18 Telles, op.cit., p. 28. 19 1850 1850 250 1872 151 1871 1885 60 1887 64 1888 20 Oliveira, Lucia Lippi, O Brasil dos immigrants, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2001, p. 23 1889 21 Telles, op.cit., p. 29. 22 23 1744 1829 24 Telles, op.cit., p. 28. 25 1911 1 100 2012 3 Skidmore, Thomas E, Black into White: Race and Nationality in Brazilian Thought, New York, Oxford University Press, 1974, p. 67 26 Telles, op.cit., p. 30 2.1 27 1925 28 1858 1942 29 Telles, op.cit., p. 32. 294 30 31 6 56
32 Telles, op.cit., p. 33. 33 ibid., p. 40. 34 1920 1995 1914 1926 2004 1931 35 negro preto 36 37 Telles, op.cit., p. 48 38 1930 1985 1990 39 34 40 1942 41 1956 42 Telles, op.cit., p 56. 43 44 Telles, op.cit., p 58. 45 46 47 2000 500 4 22 48 19 49 21 50 51 5 1 170 52 2001 9 8 3 11 53 1945 54 1958 2010 57
55 2000 56 Telles, op.cit., pp. 5 6. 57 1900 1995 Negroes in Brazil: a Study of Race Contact at Bahia, Chicago, 1942 58 59 Telles, op.cit., pp. 173 214. 60 34 61 Telles, op.cit., p. 7 62 40 50 75 ibid., pp. 107 109 2 3 ibid., pp. 142 145 63 2 2000 64 1985 Telles, op.cit., p. 78 65 ibid., p. 273 27 66 2000 150 3 ibid., p. 107 B 1998 2009 1992 1995 2008 Problemata Mundi 17 19 COSMICA 38 Problemata Mundi 18 58
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